sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Abram as cortinas o Mágico da hora vai entrar! Tam tam tam tam!!! Sua majestade "A Contabilidade ao gosto do freguês

Achei demais o artigo abaixo! Olhe o risco que a sociedade corre quando podemos usar ao nosso bel prazer o valor justo dos ativos!



Tirei alguns pontos que considero "engraçado" para não dizer vergonhoso.

Contabilide customizada é algo bem interessante, sim. Porque na verdade a contabilidade deve ter a cara da empresa, mas não de acordo com o gosto dos investidores. Esse é o problema apontado pelo autor.

Novo Regime Contábil " Regime de Exceção". Nem quero escrever o real significado que este regime apresenta. É triste verificar que passamos anos estudando e nos deparamos sempre com a sonegação,que hoje não é mais, apenas, aos tributos mas ´"a informação".

Hoje se fala muito em um novo "Contabilista" por conta da necessidade de estar sempre atualizado, sempre em foco, sempre avante, mas ninguem fala na nova mentalidade do "Empresário" ou "Investidor" Este continua achando que pode tudo, principalmente obrigar o Contabilista a fazer a contabilidade ao seu bel prazer. Que a impunidade existe sempre. Que tudo tem um preço, um valor.

É neste ponto que entra o "valor ajustado as suas necessidades". Por conta disto o autor fala em "inconsistências contábeis"  que poderia ser "fraudes contábeis". Se temos uma contabilidade customizada, baseada em um Regime de Exceção, com valores ajustados as suas necessidades, disto só poderia resultar em um "Balanço Autista". Esta nova forma de balanço que no futuro poderá seguir aos "gêneros literários".

Tenham uma boa leitura.



Contabilidade ao gosto do freguês


Preocupado com o valor justo de seus ativos?

Aguardem uma nova resolução do Banco Central determinando que as instituições financeiras passem a adotar a contabilidade "customizada", para usar um termo ao gosto dos profissionais de marketing. Algum problema grave nas contas, algo que vai transformar lucros, mesmo que fictícios, em prejuízos astronômicos? Ignore o problema.

A nova forma de fazer balanços, além de pôr fim a todas a polêmicas num passe de mágica, torna inócuas as complexas e custosas Normas Internacionais de Contabilidade, impostas às companhias brasileiras a partir deste ano. Preocupado com o valor justo de seus ativos? Não há por quê. Pense mais num valor ajustado às suas necessidades.

Caso não venha logo essa deliberação oficial, vai ficar difícil entender as demonstrações financeiras divulgadas ontem pelo PanAmericano. Elas só têm razão de ser numa espécie de regime contábil de exceção.

Desde que vieram a público, em novembro, as chamadas "inconsistências contábeis" - próximas de consistentes R$ 4,3 bilhões, pelo que se sabe até agora -, era esperada a divulgação do balanço do terceiro trimestre, que ficou na geladeira depois do escândalo. Três meses depois (o prazo legal seria 15 de novembro), surgiram dois balanços.

Um deles, apresentado pela administração como a fotografia real da situação do banco, é um balanço anual de um mês só, dezembro. Outro, como as demonstrações do terceiro trimestre de 2010, seria uma mera formalidade, como disse ontem o presidente do banco na entrevista para divulgação dos números. É um balanço autista, em que a existência de uma fraude bilionária é ignorada na "mensagem da administração", a parte das demonstrações contábeis em que os executivos comentam o desempenho do exercício. Já que é só uma formalidade, poderiam ter deixado a página em branco.

"O trimestre encerrado em 30 de setembro de 2010 apresentou um cenário de recuperação progressiva da atividade econômica, o que se refletiu no crescimento da carteira de crédito, no aumento da liquidez e na expansão das atividades do banco", começa solenemente o texto.

Na sequência, o autor não identificado versa sobre a segurança e seriedade. "É importante ressaltar que a crise financeira já superada mostrou que o setor bancário brasileiro é bastante seguro, maduro e bem regulamentado atravessando os momentos mais adversos com trabalho sério e serenidade, não tendo ocorrido nenhum problema sistêmico. Neste momento percebemos que já voltamos à normalidade."

O único problema do banco no trimestre foi a inadimplência elevada, mas nada para se preocupar. "Uma vez superadas essas dificuldades momentâneas, o banco, agora mais preparado e maduro, pretende seguir em frente em um novo ciclo de crescimento."

Resta saber se a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai começar a dividir os balanços que arquiva por gêneros literários. Mesmo assim teria dificuldades em escolher entre ficção e realismo fantástico. Fábula, talvez, apesar de ser incerta qual é a moral dessa história.



Fonte: Valor Econômico - TAX ACCOUNTING, 17/2/2011 11:20:53


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