segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Empresas terão que fazer mais adaptações ao Sped em 2015


Fernanda Bompan

As empresas terão mais adaptações para se preocupar a partir do ano que vem dentro do ambiente do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Além do chamado eSocial, o qual deve unificar as declarações trabalhistas e previdenciárias e que deve envolver as pequenas empresas, as instituições financeiras terão o EFD-Financeiras, e as grandes companhias, a Escrituração Contábil Fiscal (ECF).

Contudo, o coordenador nacional do Sped, Clovis Belbute Peres, afirmou ao DCI que é recomendável que os negócios menores também se adaptem a esse sistema. Ele não descarta a hipótese de que as empresas de porte pequeno sejam, no futuro, obrigadas a se adequar ao ECF. Porém, o representante da Receita Federal comenta que esse programa pode ser usado como uma ferramenta contábil.

"O Simples Nacional tem suas peculiaridades [ante os demais regimes de tributação], mas há interfaces com o Sped que não tem como escapar, como a escrituração contábil, mesmo a empresa estando desobrigada. Acho que há interesse dessas empresas em manter as contas em dias. Se o empresário não utilizá-la é quase como perder uma oportunidade de ouro", defendeu Peres, após participar do 2º Fórum Nacional do Sped, realizado pela Associação Brasileira de Advocacia Tributária (Abat), na última sexta-feira, na capital paulista.

Com relação ao eSocial, o auditor fiscal e que faz parte do grupo que desenvolve o programa na Receita Federal, Paulo Roberto Magarotto, também não descarta que um ano depois da publicação do manual do sistema - que deve ser divulgado ainda neste ano -, as pequenas empresas terão que estar adaptadas.

"Assim que foi anunciada a nova versão da manual do eSocial, haverá seis meses para finalizar o ambiente de teste pelas empresas que faturam acima de R$ 3,6 milhões. Às demais companhia, vai ser fixado outro prazo, por meio de conversas com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, que também entrou nesse processo", disse. Embora entendemos [fisco, comandado por Carlos Alberto Barreto] que vai reduzir o custo trabalhista, é uma mudança que gera críticas. Mas, em um ano pode ser que as pequenas empresas entrem no sistema", acrescentou o auditor fiscal, também após participar do evento.

Com o eSocial, todas as empresas poderão mandar em uma única declaração as informações trabalhistas de seus funcionários, e esses poderão consultar seus dados, como o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mas a adaptação está sendo complicada não só pelo volume de trabalho para apurar esses dados, como também por envolver diversos órgãos públicos, tais como Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério da Previdência Social e Caixa Econômica Federal. "Não sei se é mais difícil explicar o eSocial ou o sete a um para a Alemanha contra o Brasil, na Copa do Mundo", disse Magarotto, ao justificar a dificuldade para essa adequação.

O coordenador nacional do Sped comentou ainda que o estudo para implantação na Nota Fiscal Eletrônica para o setor de serviços, a NFS-e, tomou força recentemente com o aumento de interesse de órgãos públicos, como as prefeituras. "A Nota Fiscal Eletrônica [NF-e, já em vigor] é para atacadistas e produtores. E existe o projeto para o NFS-e. Talvez a ideia é que, no futuro, todas essa notas possam convergir", prevê Peres.

Conforme a Receita, com a NF-e, além da melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos, há uma diminuição da sonegação e aumento da arrecadação de impostos.

Segundo Peres, essa nota estará "umbilicalmente" ligada ao Imposto sobre Serviços (ISS). No entanto, existem discussões dentro da receita para que esse imposto possa ter seu próprio ambiente virtual dentro do Sped ou que ele possa fazer parte do EFD-Contribuições, já em vigor.

Evolução
 
Ao antecipar dados que serão divulgados em breve pela Receita Federal sobre o sistema de escrituração digital, Peres comentou que de 2012 para 2014, do volume total de declarações de pessoas jurídicas, os envios dentro do Sped saltaram de 10% para 43%.

"Isso mostra que já há uma migração crescente ao sistema. Além de que esse percentual deve subir à medida que os programas de escrituração substituam declarações como o Dacon [Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais, com a entrada em vigor do eSocial] e DIPJ [Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica, que se dará por meio do ECF]", avaliou o especialista. 
 
Fonte: FENACON / DCI – SP

Reunião do eSocial


Aconteceu na última quinta-feira (7) a 2ª Reunião do Grupo de Trabalho Confederativo (GTC), do eSocial na sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em Brasília. O grupo, criado em maio, se encontrou para debater sobre leiaute dos arquivos, obrigatoriedade das informações, viabilidade operacional nas empresas e estipulação de prazos, entre outros assuntos.

Dentre os temas discutidos estavam a saúde ocupacional dos trabalhadores, o afastamento temporário e acidente de trabalho, dentre outros temas pertinentes ao aprimoramento do projeto eSocial. O evento foi liderado pelos membros da mesa, José Maia do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Samuel Kruger da Receita Federal do Brasil (RFB), Viviane Andrade da Caixa Econômica Federal (CEF), Harold Vann Hallen Fontes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Benedito Adalberto Brunca do Ministério da Previdência Social (MPS) e Nicole Goulart da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

O coordenador do eSocial no Ministério do Trabalho, José Maia, comentou sobre a primeira reunião, realizada em julho, que, segundo ele, norteou as questões que foram debatidas no dia. “Fomos capazes de sintetizar as principais necessidades das empresas e trabalhamos arduamente para saná-las. E hoje apresentamos este trabalho para possíveis modificações e inclusões” disse Maia.

O diretor legislativo da Fenacon, Antonino Ferreira Neves, presente no evento destacou a importância do GT para a consolidação do eSocial. “Somos um grupo permanente de consultoria e temos como função atender demandas das entidades ligadas ao grupo e colher propostas para o trunfo dessa ferramenta que melhorará a vida do trabalhador brasileiro e agregará muito valor às empresas nacionais” afirmou.

De acordo com o supervisor do eSocial na Receita Federal do Brasil, Samuel Kruger, o leiaute da nova plataforma está em processo de finalização. “Estamos em fase final de amadurecimento do leiaute. Cada reunião tem grande importância para a qualidade do produto final” comentou Kruger. A expectativa é que o leiaute do eSocial traga ainda mais agilidade no uso da ferramenta, com previsão para acontecer a partir do próximo ano.

Os membros do GT, formado por entidades governamentais e sindicais, compareceram em peso, com representantes do Brascon, Caixa, CNT, CFC, CNI, CNC, CNA, CNS, CNF, CNTOR, Consif, Confen, CNCOOP, Firjan, Fiesc, Fiesp, INSS, MPS, MTE, RFB, Sescon/SP e Fenacon com o diretor de tecnologia, Dorywillians Botelho de Azeve e o diretor de educação, Helio Donin.
 

 
 
Fonte: Sistema Fenacon

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