sábado, 23 de abril de 2011

O que faz o auxiliar de Escrita Fiscal?

Vemos muitos anuncios sobre cursos de Escrita Fiscal. Mas o que faz um auxiliar de Escrita Fiscal? Que pode ser chamado, também, de assistente ou escriturário de escrita fiscal.

Segundo o Instituto Denver, em seu site, o escriturário fiscal:  

  1.  Efetua os registros das Notas Fiscais; 
  2. Apura os impostos tais como ICMS, o IPI e as contribuições como a Cofins, o Pis, o Imposto de Renda, a Contribuição Social, o Simples Nacional; 
  3. Elabora as obrigações fiscais para os respectivos órgãos públicos; 
  4. Atende a fiscalização seja federal, estadual e municipal; 
  5. Auxilia a empresa na correta tributação de seus produtos;
  6. Organiza documentos e efetua sua classificação contábil;
  7. Gera lançamentos contábeis; 
  8. Concilia contas; 
  9. Preenche guias de recolhimento e de solicitações junto a órgãos do governo;
  10. Emite notas de venda e de transferência; 
  11. Arquiva documentos;

Quanto ao item 10 - emite notas de venda e de transferência - entendo que se trata mais do setor de faturamento e não do auxiliar da escrita fiscal, pois como o nome diz "escrita" é registrar algo já ocorrido. 

Com base nesses registros que serão efetuados de acordo com o objeto social e segmento da empresa, teremos os livros fiscais:
1. ICMS - Entrada, Saída e Apuração do ICMS;
2. IPI - Entrada, Saída e Apuração do IPI;
3. ISS - Tomadores dos Serviços e Serviços Prestados.

Da escrituração do faturamento, teremos os impostos federais, dependendo do tipo de tributação:
1. Lucro Presumido - COFINS Cumulativo, PIS Cumulativo, IRPJ e CSLL trimestral;
2. Lucro Real - COFINS Cumulativo ou não, PIS Cumulativo ou não, IRPJ e CSLL trimestral ou mensal por estimativa;
3. Simples Nacional.

Com o calculos dos impostos surgem as obrigações acessórias:
1. DIEF (Estado do Ceara) ou EFD
2. DDS (Município de Fortaleza) ou o GISOnline;
3. DCTF;
4 DACON;
5. SPED PIS e COFINS;
6. E outras mais já existentes: DIMOB, DIPI, e as que o governo, com certeza, irá criar.

Paralelo a isto tudo, e no momento do lançamento das notas fiscais em um sistema fiscal (já que hoje boa parte das empresas e dos contabilistas já não mais usam de escrituração manual) já estarão efetuando os lançamentos contábeis no respectivo plano de contas da empresa, o que demonstra que o auxiliar fiscal deve, hoje, ter conhecimentos de lançamentos contábeis.

Então, temos que as tarefas sob a responsabilidade do Auxiliar de Escrita fiscal é de:
1. Organizar os documentos:
  • Pela data de entrada da nota fiscal no estabelecimento;
  • Identificar os CFOPs que não correspondem a entrada ou venda normal;
  • Verificar os tipos de produtos quanto a tributação e segregar por meio de um calculo em separado os tipos de cfops com seus valores, base de calculo,icms,outros etc;
2. Lançar os documentos:
  • Pela data de entrada no estabelecimento
  • Pelo o CFOP principal;
  • Pelo CFOP segregado;
  • Apontar para a conta contábil correspondente do lançamento; 
3. Rodar os relatórios de Entrada e Saída para:
  • Corrigir os lançamentos em busca de erros de digitação ou calculos ( este procedimento não deve ser executado pela pessoa que lançou as notas, geralmente é responsabilidade de um supervisor);
  • Efetuar as correções dos erros encontrados pela revisão dos lançamentos ( este procedimento quem deve efetuar é a pessoa que lançou os documentos para que ela aprenda com os próprios erros);
  • Arquivar as correções para futura consulta;
  • Rodar os livros definitivos, se for o caso, ou enviar a EFD - Escrituração Fiscal Digital.
4. Rodar o livro de apuração do ICMS ou IPI ou ISS ou todos para

  1. Levantamento dos impostos a pagar e preparação das guias de pagamento correspondentes:

  • IPI; 
  • ICMS; 
  • ISS;
  • Simples Nacional( para as empresas enquadradas no Simples Nacional; 
  • Pis-Pasep; 
  • Cofins; 
  • Imposto de renda;
  • Contribuição social;
 2. Elaborar as obrigações acessórias.

O auxiliar de escrita fiscal precisa ser e ter além de tudo "ETICA". Não pode deixar de estar atualizado quanto a legislação e as obrigações de seu setor. Se não for ético, não sentirá culpado de alegar desconhecer a legislação. De não cumprir com as obrigações nas datas corretas. De não orientar os colegas de sua equipe ou dos demais setores de como proceder corretamente na emissão ou recebimentos dos documentos fiscais que acobertam as operações de circulação de mercadoria ou de serviços. Ter HUMILDADE para buscar ajuda, para questionar o que não entende e fazer de qualquer jeito. Ser PROATIVO não esperar que tragam soluções; deve dar ou buscar soluções. Ser organizado criando uma padronização na elaboração de suas atividades. Saber trabalhar sob pressão. Ter inteligência emocional. Enfim ser resiliente.
"A psicologia tomou essa imagem emprestada da física, definindo resiliência como a capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse, etc. - sem entrar em surto psicológico. No entanto, Job (2003) que estudou a resiliência em organizações argumenta que a resiliência se trata de uma tomada de decisão quando alguém se depara com um contexto de tomada de decisão entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer".(Wikipédia)

Mercado de Trabalho? Extremamente promissor, principalmente, por conta do SPED. Então, mãos a obra, se capacite. Não pare de estudar nunca!
"SPED
A maioria dos contribuintes já se utiliza dos recursos de informática para efetuar tanto a escrituração fiscal como a contábil. As imagens em papel simplesmente reproduzem as informações oriundas do meio eletrônico.

A facilidade de acesso à escrituração, ainda que não disponível em tempo real, amplia as possibilidades de seleção de contribuintes e, quando da realização de auditorias, gera expressiva redução no tempo de sua execução.

Universo de Atuação:
Sped – Contábil; Sped – Fiscal; NF-e – Ambiente Nacional; NFS-e; CT-e; e-Lalur; Central de Balanços"

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