domingo, 13 de agosto de 2017

Voce faria o mesmo? Espero que sim.

A violência está ficando tão banal que já se sabe o que os jornais vão noticiar todos os dias. Tem até programas que vivem da violência. Seus apresentadores fazem um grande teatro para falar de acontecimentos violentos tentando dar um ar de indignação.

Violência é definida pela Organização Mundial da Saúde como "o uso intencional de força física ou poder, ameaçados ou reais, contra si mesmo, contra outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resultem ou tenham grande probabilidade de resultar em ferimento, morte, dano psicológico, mal-desenvolvimento ou privação ", embora o grupo reconheça que a inclusão de "uso do poder" em sua definição expande a compreensão convencional da palavra.[2]

Fico me indagando o que se passa na cabeça destes apresentadores. Será que eles acreditam que o desejo é de acabar com a violência? Que seus "atenção" levam a diminuir a incidência criminosa. E será que haveria audiência se não houvesse criminalidade? Fatos intrigantes, na verdade.

Outro dia, estava indo pegar minha filha no colégio quando vi uma moto parar de repente, uma moça que caminhava na calçada andando de costas assustada e o motoqueiro tentando pegar a bolsa dela. Olha, eu não acreditei no que estava presenciando. Todos os dias ouvimos relatos deste tipo mas presenciar é algo que nos fazer agir sem pensar muito. Simplesmente parei mais adiante e comecei a buzinar. Buzinei insistentemente. Olhando pelo retrovisor vi uma Hilux dobrando a esquina no local do assalto no mesmo instante o motoqueiro subiu na moto fugindo. Não sei dizer ao certo porque mais voltei a seguir meu caminho e ao vê-lo passar por mim seu só pensava em derrubá-lo com uma rabiada do carro na moto dele. Quando me preparei para fazê-lo não foi possível porque outro motoqueiro, que não tinha nada a ver com a situação, ficou entre nós. O motoqueiro ladrão seguiu em frente impunemente e eu acompanhei com o olhar até não vê-lo mais e a buzinar para ele não esquecer de mim. Porque? Por que não fui atrás dele? Já que esta era a minha vontade: o trânsito parado! Essa é a principal vantagem para um motoqueiro. Um carro não tem como ocupar os espaços que eles ocupam e assim se beneficiar na prática do mal. Simplesmente revoltante. A moça não sei quem é. Acredito que ela não foi assaltada pelo menos foi esta a impressão que ficou ou, então, é fruto do meu desejo.

O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, geralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente.

Depois de tudo isto, me veio o pensamento e se ele estivesse armado? Atirado nela ou em mim? Porque não segui meu caminho? De que serviu a buzina? Se eu tivesse derrubado o motoqueiro o que faria depois? 



Ao narrar o fato para algumas pessoas o que mais me impressionou foram as reações:  tu teria coragem de derrubar o motoqueiro? Não teve medo? Tá louca? Mãe o que você quer que eu diga, além que fez uma loucura!; Um dia você se arrepende!, etc...E olha, eu não me arrependo. Desejo que um dia alguém faço o mesmo pela minha filha que passa todos os dias por ali. Medo? Sim, tenho. Contudo, meu maior medo é ficar indiferente ao outro. Rezo todos os dias para que Deus me proteja e proteja os demais. Que ele me torne invisível ao inimigo. Que permita que eu me defenda do mal. E principalmente que eu nunca, mas nunca mesmo, precise me defender mas se assim o fizer que eu saia vitoriosa. Se eu peço todos os dias a ele e venho sendo atendida como não olhar pelo próximo?

Acreditem me vi até pensado porque aquele motoqueiro havia tentado assaltar a moça. Será que havia uma família necessitada, um filho doente, desemprego, desespero? Pedi a Deus por ele. É só o que posso fazer no momento.

Agora vem o meu pedido. Não fechem os olhos para uma situação de violência. Não alimentem mais ainda mais a vulnerabilidade em que vivemos. Não assistam aos programas que se beneficiam da violência. Orem a Deus para que ele nos proteja e aos nossos todos os dias. 



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