segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Bilionário luta por imposto maior para ricos

Bilionário luta por imposto maior para ricos

Tese é que consumidor de classe média precisa de renda para aquecer economia
FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO
 
"Os investimentos sociais são essenciais e precisam vir, idealmente, dos ricos e das empresas lucrativas." O autor da frase, Nick Hanauer, ganhou dezenas de milhões de dólares em 2011 e pagou 11% de impostos.

Empreendedor de Seattle, adotou como causa a de que ricos paguem imposto maior.

Não está sozinho. O investidor Warren Buffett, o quarto homem mais rico do mundo, defende a mesma tese.

Bill Gross, fundador da empresa de investimentos Pimco, chamou os ricos que não querem pagar mais impostos de "Tio Patinhas" e prega alíquotas maiores nas declarações públicas que dá.

Hanauer já carrega essa bandeira há alguns anos: escreveu dois livros sobre o tema. Ambos estão disponíveis na loja virtual da qual ele é sócio: a Amazon.

Ele conta que, há vários anos, conversava com um amigo sobre o grande potencial da internet. "Fui o primeiro investidor na empresa dele. O nome dele é Jeff Bezos."
Além disso, vendeu, por US$ 6,4 bilhões, uma empresa de marketing à Microsoft.

Segundo Hanauer, a Amazon tem cerca de 80 mil empregados e é responsável por uma perda de mais de 900 mil vagas --o cálculo leva em conta o número de trabalhadores necessários no varejo tradicional para vender o mesmo que a loja virtual.

Para que essas pessoas voltem a participar da economia, diz o bilionário, é preciso investir nelas os impostos cobrados dos mais ricos.

Sua tese é a seguinte: em um país onde o mercado interno é forte, a economia só cresce se os consumidores tiverem dinheiro. Mas a classe média, como professores e médicos, gasta de 35% a 39% de sua renda em impostos, enquanto milionários pagam, no máximo, 15%.

Hanauer diz que escolheu doar seu tempo e recurso a "forçar todos a fazer a coisa certa". Segundo ele, o dinheiro que gasta com lobby já dá resultados --o salário mínimo da sua região passou de US$ 7,50 para US$ 15/hora.
 
Fonte: Folha de S.Paulo

Nenhum comentário:

Arquivo do blog