domingo, 1 de maio de 2011

Será o fim das apostilas com o uso de Tablets?

Algumas Instituições de ensino, principalmentes as de ensino superior, com o objetivo de atrair alunos e reduzir custos começam a distribuir tablets para os alunos
Tablets
No Brasil os tablets chegaram no final do ano passado.

E o que é um tablets? São computadores em forma de prancheta eletrônica sem teclado e tecla sensível ao toque.

Para o Wikipédia é:
"Um tablet PC ou simplesmente tablet é um dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à Internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos 3D. Apresenta uma tela touchscreen que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos dedos ou uma caneta aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser igualado a um computador completo ou um smartphone, embora possua diversas funcionalidades dos dois".
Os tablets são ótimos para as atividades acadêmicas por contas de seus recursos -  incluir vários livros num único dispositivo, editar documentos, acessar fotos e vídeos, além de navegação na web.


Livros multimídia

Segundo Salete Silva,( 2010) instituições como a Estácio de Sá, Centro Universitário Uniseb Interativo COC já substituiram as apostilas pelos tablets.

Principais vantagens apontadas:
- fazer anotações pessoais, exercícios, trabalhos acadêmicos, realizar simulados, provas de concursos e acessar outros serviços entre os quais uma biblioteca virtual, com mais de 1.600 obras;
- acesso aos conteúdos dos livros referentes aos módulos do curso e também podem participar do ambiente virtual de aprendizagem da instituição, onde são disponibilizados manuais de estágios e de conclusão de cursos, textos complementares, roteiros de estudos, biblioteca virtual, secretaria, entre outros serviços;
- A consciência de preservação ambiental com o fim da impressão do material didático;
- aumento do número dos inscritos;
-economia anual de 6 milhões de páginas impressas ou cerca de 240 milhões de páginas em cinco anos;
-inclusão digital e na melhoria da qualidade de ensino;
-estímulo da autoaprendizagem;
-promovem a interação com o tutor e permitem o diálogo com seus pares proporcionando maior autonomia no processo de ensino e aprendizagem;
- a redução de custos com a manutenção de bibliotecas, já que o equipamento permite acessar o acervo de bibliotecas virtuais como a oferecida pelo Google;

Ponto chave para o sucesso acontecer vem sendo apontado como investimento na capacitação de professores e alunos para o melhor aproveitamento do equipamento.
"Se não existir a interação entre professor, tablet e aluno, não adianta ter tecnologia de ponta em sala de aula", adverte o professor e doutorando pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em Engenharia de Computação Carlos Valente.

Para o presidente da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed), Frederic Litto "O professor tem de aprender a ser o arquiteto do curso".

Mas as bibliotecas físicas ainda serão mantidas porque a manutenção de um biblioteca é norma do Ministério da Educação. Salete Silvia (2010)  pondera que "Se o MEC entender no futuro que a biblioteca virtual pode substituir a física, aí sim a virtual substituirá as demais".

Nos Estados Unidas, tablet é obrigatório
Países como os Estados Unidos levam ao pé da letra as ditas vantagens do uso das tecnologias em sala de aula. Em janeiro, a agência de notícias EFE noticiou que uma escola particular, Webb School of Knoxville, de ensino fundamental e médio, no estado do Tennessee, exigiria o uso de iPads (marca do tablet lançado pela Apple) para estudantes entre 8 e 18 anos.
O objetivo do colégio, com a medida, é o de substituir os livros didáticos pelos tablets eletrônicos. Os estudantes que não tiverem dinheiro para comprar um desses equipamentos terão a possibilidade de alugá-lo.
Professores da Webb School comemoraram a decisão pelo fato de ampliar, na visão deles, a possibilidade do ensino com o auxílio dessa nova tecnologia. Outras instituições educacionais nos Estados Unidos (Seton Hill University e Universidade de Notre Dame) também anunciaram cursos exclusivamente por meio de iPads, de acordo com a reportagem da EFE. (SALETE SILVA Apud Udo Simons)
Questões de direito
Um fator que pode gerar custos adicionais e exige maior atenção das instituições de ensino no uso dos tablets é a questão do acesso ao conhecimento sem infringir as leis de direitos autorais, alerta o presidente da Abed, Frederic Lito.
Para não haver complicações futuras, a Estácio de Sá fez acordo com a Associação Brasileira dos Direitos Reprográficos (ABDR), entidade que reúne as diversas editoras brasileiras em defesa dos direitos autorais e editoriais. A integração de currículos das instituições de ensino da rede da Estácio em todo o país facilitou a parceria. Ao integrar os currículos, aumentou de forma significativa o volume de bibliografias requisitadas pela instituição, tornando a parceria um negócio atraente para a ABDR.(SALETE SILVA, 2010)



Novidades tributárias sobre os Tablets
Eduardo Rodrigues e Renata Veríssimo, da Agência Estado

BRASÍLIA - Apesar da expectativa de que a Medida Provisória que dará aos tablets os benefícios fiscais concedidos pela Lei do Bem seja publicada ainda esta semana, o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, afirmou nesta quinta-feira, 19, que o projeto ainda está sob avaliação da área técnica do Ministério da Fazenda.

"A Receita já concluiu estudos e já encaminhou para área econômica da Fazenda", disse Barreto. Ele explicou que a MP é necessária porque irá alterar o texto da Lei do Bem que concede redução de tributos para projetos de inovação tecnológica. "O tablet é um produto novo, que abriu nova frente de consumo e de avanços nessa área de tecnologia, que não estava contemplado na lei", completou.
Segundo Barreto, a Receita também irá criar um código específico para os tablets, diferenciando-os dos notebooks. Atualmente, os produtos importados são classificados como palmtops. Como há o interesse de empresas na produção dos tablets em solo brasileiro, essa classificação é necessária para que haja uma isenção de PIS e Cofins em 9,25%, conforme previsto na Lei de Informática. Inicialmente, cogitou-se enquadrá-los como notebooks, mas o governo concluiu ser mais adequado criar uma classificação própria.

No entanto, o uso dos incentivos fiscais da Lei de Informática é condicionado à aplicação do Processo Produtivo Básico (PPB), que está sendo criado para os tablets e que deve ser publicado ainda este mês pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O PPB define o porcentual de componentes nacionais que terão que ser usados na produção. Além disso, a alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) poderá ser reduzida dos atuais 15% para 3%.

Para quem deseja entender a função extrafiscal dos tributos, veja como isto acontece com base na notícia abaixo:



"O início da produção de tablets, como o iPad, no Brasil está sendo considerado pelo governo como a "ponta do iceberg de uma política industrial muito ambiciosa"
Em entrevista ao Estado, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, disse que as exigências que serão colocadas para que as empresas recebam as reduções de tributos previstas em lei trarão para o País uma indústria de componentes e semicondutores [...]

[...] o Processo Produtivo Básico (PPB) estabelecerá um porcentual de utilização de conteúdos nacionais na montagem dos tablets mais rigoroso do que o exigido da indústria de notebooks. [...] Para obrigar as empresas a trazerem fábricas de componentes para o Brasil, o MDIC também criará um PPB para os celulares de alta tecnologia (smartphones).

[...]

Exigências. [...]o PPB exigirá que 50% dos displays (telas) sejam nacionais a partir de 2014. No caso dos carregadores de baterias que serão utilizados nesses equipamentos, metade terá de ser fabricada no Brasil já em 2012 e atingirá 80% em 2013. O índice de nacionalização para as placas de rede sem fio será de 50% em 2013 e terá de chegar a 80% em 2014. De imediato, será exigido que metade das placas-mãe utilizadas nos tablets terão de ser produzidas no País, passando para 80% em 2012 e alcançando 95% em 2013.

[...] O cumprimento dessas exigências garante às empresas a isenção de PIS e Cofins e a redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 15% para 3%. Doze empresas já manifestaram o interesse de produzir tablets no Brasil.

[...]

Segundo o ministro, [...] "Seremos o primeiro país do mundo a receber uma fábrica de displays fora da Ásia", disse. Os displays representam cerca de metade do custo dos tablets.

[...]
Como se pode observar no texto acima, o governo ao conceder isenções está intervindo na mercado, de forma a gerar empregos, valorizar as indústrias brasileiras e a incentivar novos investimentos estrangeiros no Brasil sem ir de encontro aos interesses do mercado brasileiro.

A função extrafiscal nos mostra que o nosso dinheiro não serve apenas para inchar a máquina e a corrupção, mas para fazer um Brasil melhor; quanto ao resto, cabe a população observar de perto os nossos eleitos para que cumpram seu papel de representantes da cidadania.
Fontes:

Tablets. Disponível no site:http://pt.wikipedia.org/wiki/Tablet_PC. Acesso em 01.05.2011.

SILVA, Salete. Será o fim das apostilas? Disponível no site:http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12758. Acesso em 01.05.2011.

MP dos tablets ainda está sob avaliação da Fazenda, diz Receita.  Disponível no site: http://economia.estadao.com.br. Acesso em 20.05.2011.

VERÍSSIMO, Renata. Tablets terão maior exigência de conteúdo nacional. Disponível no site: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+brasil,tablets-terao-maior-exigencia-de-conteudo-nacional,not_68674,0.htm . O Estado de S. Paulo. Acesso em 26.05.2011




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