Dizem por aí que o contador é alguém que resolve um
problema que você não sabia que tinha, de um modo que você não entende.
Não precisa ser assim.
O profissional contábil assumiu uma posição estratégica nas
empresas, o que implica dizer que ele atua colado ao empresário. Os
balanços e demonstrativos elaborados por ele fazem parte das tomadas de
decisões, mas isso só tem efeito prático quando o diálogo entre as
partes é claro, o que nem sempre acontece.
A linguagem do contador, aquele “contabilês” difícil, muitas vezes se apresenta como uma barreira intransponível ao empresário.
“Não é algo gratuito. É que existem normas nacionais e internacionais
que precisam ser seguidas”, diz Wilson Gimenez, sócio-fundador da
Datamétodo Gestão Contábil.
“O que não impede o contador de interpretá-las para o cliente. É
preciso lembrar que um balanço ou um relatório não pertence ao contador,
mas sim à empresa”, acrescenta.
A elaboração de balanços, demonstrativos e relatórios mais fáceis de
serem entendidos, com o uso de linguagem coloquial, é um caminho para um
melhor entendimento. Por outro lado, alguns termos básicos, usados
quase que instintivamente pelo contador, também podem - e devem - fazer
parte do vocabulário do empresário.
Com a ajuda de Gimenez, o Diário do Comércio
traz aqui alguns desses termos que ajudarão o empresário a assimilar
mais e melhor as informações apresentadas pelo seu contador. Essa lista
pode crescer com sua ajuda.
BALANÇO PATRIMONIAL
É uma fotografia que mostra a situação da empresa em determinada data. De um lado do balanço aparece tudo o que a empresa detém que possui valor econômico (os bens),
como seus equipamentos instalados, seus imóveis, suas marcas, entre
outros. Aparecem também os recursos que a empresa ainda tem para receber
(os direitos), como valores depositados ou aplicados em instituições financeiras, ou valores decorrentes de vendas a prazo, títulos, e por aí vai. Do outro lado do balanço aparecem os valores que a empresa têm de pagar a terceiros (as obrigações), como salários, aluguel, fornecedores, impostos e outros. Os bens e direitos formam o ativo da empresa. As obrigações, o passivo.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Consiste na diferença, positiva ou negativa, entre o ativo e o passivo da
empresa. Por exemplo, se a empresa tem um ativo de R$ 1 milhão e um
passivo de R$ 300 mil, seu patrimônio líquido será de R$ 700 mil. De
maneira simplificada, são os resultados acumulados pela empresa ao longo
da sua existência, que podem ser lucros ou prejuízos. Entram nessa
conta, por exemplo, o capital social, reservas, ajustes patrimoniais e ações em tesouraria.
CAPITAL SOCIAL
É a quantia de recursos necessária para viabilizar o início das
atividades de uma empresa enquanto ela ainda não possui faturamento
suficiente para arcar com seus gastos. Os recursos que compõem o capital social podem ser em espécie ou na forma de bens.
A RECOLHER
Em geral assume o mesmo sentido de pagar, mas para o caso de
tributos. Os tributos a recolher são aqueles apurados até a data do
fechamento do balanço patrimonial ou balancete mensal, sendo que seu
vencimento e respectivo pagamento deverão ocorrer em data subsequente.
Os tributos a recolher fazem parte do passivo da empresa.
A RECUPERAR
Diz-se para aqueles tributos embutidos nos preços das mercadorias ou
serviços adquiridos pela empresa e que poderão se transformar em crédito para abatimento dos tributos a recolher. Os saldos dessas contas fazem parte do ativo da empresa.
CUSTOS
São valores aplicados na produção de bens ou serviços. Aqueles que
podem ser facilmente atribuídos à produção de algum bem ou serviço são
chamados de custos diretos,
a exemplo dos gastos com matéria prima. Já aqueles que não podem ser
diretamente relacionado a produção de um determinado bem ou serviço são
chamados de custos indiretos, como, por exemplo, gastos com energia elétrica.
DESPESAS
São os gastos que não estão relacionados direta ou indiretamente com a produção de bens ou serviços (estes seriam os custos),
mas são necessários para a manutenção das áreas administrativas e de
vendas da empresa. Aqui entram os salários, material de escritório,
investimentos em publicidade,
entre outros. Também são consideradas despesas os dispêndios
financeiros, tais como juros, tarifas bancárias e demais encargos de
financiamento.
CUSTOS OU DESPESAS FIXAS
Aqueles que incorrem independentemente da produção ou do faturamento
terem ou não acontecido. Por exemplo, aluguel, energia elétrica,
comunicação, salários da administração e outros.
CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS
Aquelas que estão atreladas à produção ou faturamento da empresa, tais como: comissões, gastos com embalagens, entre outros.
Fonte: Diário do Comércio - na íntegra
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