Brasília - O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu explicações ao secretario de Fazenda do Ceará, Carlos Mauro Benevides Filho, sobre a cobrança indevida de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que o estado tem praticado sobre as comercializações feitas pelas micro e pequenas empresas para outras unidades federativas.
Toffoli atendeu a denúncia feita pelo Sebrae
de que a Secretaria de Fazenda cearense estaria desrespeitando a
liminar do STF, proferida em fevereiro, que suspendeu o Convênio 93 do
Confaz, que estipula novas regras de cobrança do ICMS. “A Secretaria
está cometendo um abuso de autoridade. Ela não pode descumprir uma
liminar proferida pelo STF, por isso, solicitamos ao relator da ação que
interferisse no caso. Vamos fazer isso com todos os estados que
insistirem em descumprir a regra”, destacou o presidente do Sebrae,
Guilherme Afif Domingos.
O presidente do Sebrae pede para que os donos de pequenos negócios
denunciem possíveis descumprimentos da liminar que possam estar
ocorrendo nos estados e no Distrito Federal. “Temos que manter
vigilância contra os exterminadores do futuro. Já detectamos que o
estado do Amazonas também está descumprindo a liminar e já entramos com
outra denúncia no Supremo”, enfatiza.
O pedido de explicações foi enviado na segunda-feira (4) para o
secretário Mauro Benevides Filho. Após o recebimento, o ministro Toffoli
deu um prazo de cinco dias para a Secretaria apresentar sua defesa.
Desde o início do ano até a liminar do STF em fevereiro, o contribuinte
era o responsável pelo cálculo da diferença entre as alíquotas cobradas
no estado de origem e na unidade de destino do produto. A medida
obrigava o empresário das empresas de pequeno porte a se cadastrar no
fisco do estado para o qual estava vendendo, ou seja, o empresário tinha
que se registrar em até 27 secretarias de fazenda diferentes.
A decisão afetou diretamente todas as empresas incluídas no Simples
Nacional que faziam operações interestaduais. Uma enquete realizada pelo
Sebrae na internet e respondida por 500 donos de pequenos negócios do
e-commerce detectou que, pelo menos, 200 haviam suspendido as vendas
depois do início das novas regras na cobrança do ICMS. Desse total, 135
haviam parado de vender para outros estados e 47 haviam interrompido
todas as vendas da empresa.
Fonte: Exame
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