domingo, 15 de janeiro de 2017

Reforma sim, mas a que preço?

A educação é o maior e mais difícil problema imposto ao homem.(Immanuel Kant)


Saiu, já a alguns dias, a medida provisória que trata das mudanças no ensino médio. Estou afastada da sala de aula há pouco mais de três anos, mesmo assim, com base na experiência vivenciada, reconheço que precisamos, sim, urgente, de mudanças no ensino. Minha dúvida é qual o verdadeiro propósito desta mudança. Eu entendia que o aluno precisava voltar a ter senso crítico, a ter um menta voltada para enigmas, para trabalhar a interpretação, argumentação. Algo mais dentro da realidade em que vivemos.








Elogio a manutenção do Português e da Matemática como obrigatória, mas facultar Artes e Educação Física merece uma reflexão maior. Pelas artes, os alunos podem ser expressar de muitas formas. E pela educação física, além de trabalhar a interação social, permite ao aluno trabalhar corpo e mente.

...o secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Rossieli Soares, explicou que não haverá o fim de nenhum conteúdo ou disciplina. “Do que a Base Nacional definir, todas elas serão obrigatórias na parte da Base Nacional Comum: artes, educação física, português, matemática, física, química [...]. A diferença é que quando você faz as ênfases, você pode colocar somente os alunos que tenham interesse em seguir naquela área. Vamos inclusive privilegiar professores e alunos com a opção do aprofundamento”, disse.

Mas o nosso aluno já está preparado para tal escolha? Tenho um filha que não entende para que estudar sociologia nem filosofia, mas questiona tudo, quer sempre saber o porque. Me faz até rir, nem imagina ela que seus questionamentos está relacionado a filosofia. Que cada pergunta é um exercitar da filosofia que prega o discernimento e questionamento da vida, é o eterno pensar. Vivemos discutindo sobre homossexualismo, e ela não vê que neste momento é a mais pura sociologia, essa mudança de comportamento do ser em sociedade. 

A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe. (Jean Piaget)

Quando se fala em discutir, nos levamos a pensar em Sócrates, Platão e Aristóteles, Pilares da Filosofia. Será negada as novas gerações conhecê-los? Não. Eles, geração internet, devem fazer parte deste mundo de interrogações. Devem buscar suas respostas. Devem questionar suas verdades. Em sala de aula este debate é mais interessante porque tem o direcionamento do professor com seu olhar crítico e pontuante.


A Filosofia é o estudo das inquietações e problemas da existência humana, dos valores morais, estéticos, do conhecimento em suas diversas manifestações e conceitos, visando à verdade; porém, sem se considerar como verdade absoluta, nem tentando achar essa máxima como verdade absoluta.
Como vivemos em sociedade, precisamos entendê-la para saber quem somos dentro do universo. Segundo Comte, o homem para viver em sociedade precisava se organizar. Imagino o que ele falaria sobre a aldeia global, sobre a comunidade dos internautas.Talvez, Weber se sentiria iluminado com a aldeia global e seu papel na sociedade mundial. Não! Nossos alunos devem ser ter o conhecimento dos primórdios do estudo da sociedade para entender porque estamos aqui, discutindo, principalmente esta questão: da escolha. Eu só escolho quando tenho conhecimento sobre o assunto, sem isto, não há escolhas, há opção.

Reforma sim, mas para aumentar a capacidade de conhecimento de acordo com as novas tecnologias. Para tal, se faz necessário investimentos cujos custos nem sempre são baixos.



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